27 de março de 2009

Não tenha medo do... Pronome Relativo!

Antes de falar sobre as Subordinadas Adjetivas se faz necessário esclarecer algumas coisas sobre o pronome relativo. O pronome relativo funciona como conectivo (é um elemento de ligação como a conjunção). Ele liga duas orações substituindo na segunda oração um termo antecedente. Como isso funciona???
Obs: Como não consigo diagramar os exemplos aqui no blog, utilizei o sistema de cores para identificação das funções sintáticas.
Observe as orações abaixo: Ex ¹: A) Todos leram o livro. B) O professor sugeriu o livro.
Agora, utilizemos o pronome relativo “que” para unir estas duas orações em um único período:
A+B= Todos leram o livro que o professor sugeriu.
Viram?! Pegamos o elemento que se repete (livro) e o substituímos pelo pronome relativo "que". Tornando assim, dois períodos simples em um período composto. Desta forma evitamos repetições, tornando o texto mais dinâmico. Os pronomes relativos são que, quem, o qual (a qual, os quais, as quais), onde (quando equivale a em que), quanto (quanta, quantos, quantas) e cujo (cuja, cujos, cujas) podendo estar acompanhados ou não de preposição. Acompanhe os exemplos: Ex²: A) Não conheço a cidade. B) Maria nasceu na cidade.
A + B = Não conheço a cidade onde nasceu Maria.
Observe que o pronome relativo onde nesta oração corresponde a “em que” (Não conheço a cidade em que Maria nasceu). Novamente:
Ex³: A) Esta é a árvore. B) As folhas da árvore caem inexplicavelmente.
A+B= Esta é a árvore cujas folhas caem inexplicavelmente. Você sabia que o pronome relativo exerce função sintática na oração que pertence? E sabe o que é melhor? Nem é tão complicado descobrir a função exercida por ele. Vamos utilizar aquele primeiro exemplo:
1ª oração 2ª oração Todos leram o livro / que o professor sugeriu. Suj. VTD OD / OD Suj. VTD Não entendeu? É simples. Só substituímos o pronome relativo (que) pelo termo correspondente. Com a substituição a segunda oração fica assim: O professor sugeriu o livro. Suj. VTD OD Agora, volte aos exemplos 2 e 3 tente identificar a função sintática do pronome relativo existente neles. Não seja preguiçoso! É exercitando que se aprende. Deixarei a resposta no final da postagem*. Bom, o pronome relativo pode exercer a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo e adjunto adverbial. I.P.C. Nas funções de OBJETO INDIRETO e ADJUNTO ADVERBIAL o pronome relativo vem acompanhado da preposição exigida pelo verbo. 1ª oração 2ª oração Ex: Essa é a máquina / de que precisamos. OI VTI Substituindo o pronome pelo termo correspondente temos a seguinte oração: Precisamos de máquina. VTI OI Viram como não é tão difícil?! *Os pronomes relativos do 2º e do 3º exemplo exercem a função de adjunto adverbial de lugar.

23 de março de 2009

Trabalho com o 7° ano

Durante este mês falei com meus alunos do 7º ano sobre a importância das personagens para a narração. Depois de discutirmos sobre protagonistas e antagonistas, fizemos um mural sobre as personagens de HQ’s. Formei nove grupos de três pessoas e cada grupo elegeu sua personagem favorita. Depois fizeram uma pesquisa sobre a personagem escolhida: quem a criou? Onde ela vive? Quem são seus amigos? Quais poderes possuem?... Para enfeitar o mural, além das gravuras que eles trouxeram, cada aluno criou uma tirinha de quatro quadrinhos que foram utilizadas como a margem do mural. Ficou lindo! E muito colorido. Eles adoraram ajudar a confeccionar o mural. Trabalharam juntos, sem desentendimentos. Foi uma ótima experiência. Como a turma não é muito grande consegui acompanhar até a fase de pesquisa. Pena que choveu muito depois que colocamos o mural e infelizmente nosso trabalho ficou manchado.
Vejam como ficou:

21 de março de 2009

As malvadas do 9º ano... (parte I)

Orações Subordinadas Substantivas São assim chamadas porque são orações que exercem funções onde normalmente encontramos os substantivos. Toda oração iniciada por conjunção integrante é substantiva. É bom lembrarmos que estamos falando do período composto. Observe o roteiro para se identificar as subordinadas substantivas: 1º - Localize os verbos. 2º - Observando as relações das palavras com os verbos separe as orações. 3º - Identifique o sujeito da oração (pergunte “quem ou o que é que?” antes do verbo). 4º - Descubra a predicação do verbo (faça a pergunta “o que?” “De que?” depois do verbo). IPC¹(Importante Pra Caramba) : Sempre comece a fazer o roteiro pela primeira oração! Vamos às classificações: ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS SUBJETIVAS – funcionam como o sujeito. Ex. Parece / que ninguém viu o disco voador. 1ª oração / 2ª oração Faça o passo a passo e observe: localizamos os verbos e separamos as orações. Faremos a pergunta antes do verbo para encontrar o sujeito (afinal de contas, temos que separar o sujeito.) começamos sempre pela primeira oração. Vamos lá? Pergunta: O que parece? Resposta: Que ninguém viu o disco voador. Viram? A segunda oração responde a pergunta feita ao verbo da primeira oração, logo, ela é o sujeito deste nosso período. Então a 1ª oração classificamos como oração principal e a segunda como oração subordinada substantiva subjetiva. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA – funciona como o objeto direto. Ex. Todos queriam / que o disco voador aparecesse. 1ª oração / 2ª oração Vamos novamente ao passo a passo: separamos as orações e agora faremos a pergunta antes IPC² - Nunca faça a pergunta antes de qualquer outra palavra que não seja o verbo! Se você fizer a pergunta assim: “O que todos queriam?” Vai obter a resposta errada. A regra é clara! Faça a pergunta antes do verbo. Pergunta: Quem queria? Resposta: Todos. Pois é, encontramos o sujeito (Todos). Vamos então para o próximo passo: a pergunta depois do verbo. (da 1ª oração é claro!) Pergunta: Todos queriam o quê? (aqui você pode usar o sujeito, afinal a pergunta está depois do verbo) Resposta: Que o disco voador aparecesse. É isso mesmo. A resposta é a 2ª oração. Como podemos perceber ela é um complemento verbal. Por que ela é um complemento verbal? Esqueceu como fazemos para encontrar os objetos, não é? Então, estude mais sobre funções sintáticas! Caso contrário você não entenderá nada daqui pra frente. Bom, para descobrir qual objeto que ela representa é muito fácil. É só verificar a transitividade do verbo: “quem quer, quer algo.” Viram? Sem preposição. Isso significa que ela é uma oração subordinada objetiva direta. E a primeira oração? É classificada como... Se você respondeu oração principal, meus parabéns! ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA - exercem a função de objeto indireto. Agora ficou mais fácil não é? Siga o passo a passo. Ex. Todos me avisaram / de que a prova será amanhã. 1ªoração / 2ª oração Pergunta: Quem avisou? Resposta: Todos. (sujeito) Pergunta: Todos me avisaram de quê? (Olha a preposição aí gente!) Resposta: De que a prova será amanhã. Logo, esta oração será classificada como oração subordinada objetiva indireta. O quê? Ah! Você quer saber qual é a classificação do “me”. Verifiquemos a transitividade do verbo avisar: “quem avisa, avisa alguém de alguma coisa.” Isso aí. O verbo é transitivo direto e indireto, sendo assim, o “me” é o objeto direto. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS COMPLETIVAS NOMINAIS – o nome já diz tudo. Elas funcionam como complemento nominal. Ex. Tenho certeza / de que me isso é importante. 1ª oração / 2ª oração Agora você fará a primeira parte do passo a passo sozinho. Fez? Caso sua resposta seja negativa, deixe de ser preguiçoso! Você precisa exercitar para aprender. Depois de fazê-lo leia o parágrafo seguinte. Vimos que o sujeito é desinencial (eu). Você não viu isso?! Bom, você deve ter feito a pergunta de forma errada (dê uma olhadinha no IPC ²). Se você chegou à pergunta que é feita depois do verbo, observou que a resposta está na 1ª oração: Pergunta: Tenho o quê? Resposta: Certeza. Pergunta: Certeza de quê? A 2ª oração complementa o sentido da palavra certeza, que é um substantivo abstrato (pertence a classe dos nomes); logo, ela é o complemento nominal da 1ª oração. E é classificada como oração subordinada completiva nominal. IPC³: Tanto o Complemento Nominal quanto o Objeto Indireto vem acompanhado de preposição. A diferença é que o objeto indireto complementa o sentido do verbo (é um complemento verbal) e o complemento nominal, complementa o sentido de um nome (substantivo,adjetivo ou advérbio). Esteja sempre atento a esse detalhe! ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS PREDICATIVAS - já deu pra adivinhar pelo nome a função que ela exerce. Predicativo é claro! Você lembra o que é um predicativo? ex. Nossa vontade era / que o disco voador aparecesse. 1ª oração com verbo de Ligação/ 2ª oração Lembrou? Sujeito + Verbo de Ligação + Predicativo do Sujeito(essa é a fórmula do predicado nominal, mas nos ajuda a perceber as orações subordinadas substantivas predicativas). Temos na primeira oração o sujeito e o verbo de ligação. Já a 2ª oração se refere ao sujeito, logo, temos uma oração subordinada substantiva predicativa. E qual é o nome que damos a 1ª oração mesmo? ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS APOSITIVAS – funcionam como aposto. ex. Tenho certeza de uma coisa: / que isto não existe. 1ª oração com T.e.p.o.s. / 2ª oração *T.e.p.o.s. -> Termo explicado pela oração subordinada. A 2ª oração do nosso exemplo explica o termo “coisa”, citado na 1ª oração, por isso ela funciona como aposto e é classificada como oração subordinada substantiva apositiva. Fique atento! Pois, nem sempre a oração subordinada é a segunda oração.

REFORMA ORTOGRÁFICA ?(As perguntas que não querem calar.).

1- Porque resolveram reformar a Língua Portuguesa? Para unificar a escrita do nosso idioma os oito países falantes da Língua Portuguesa (Angola, Guiné Bissau, Timor Leste, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil) decidiram por em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990. Afinal, se todos nós falamos Português, por que escrevê-lo de formas diferentes? Mas deixemos bem claro que na verdade o que está acontecendo é uma tentativa de padronização da Língua. Afinal, ela é viva e está em constante modificação. 2- Como assim “escrevê-lo de formas diferentes”? É que apesar destes oito países terem como idioma oficial o português, algumas palavras eram escritas de forma diferente. 3- Isso quer dizer que a mudança não vai acontecer só para nós brasileiros? Isso mesmo! As mudanças aconteceram nos oito países. 4- As mesmas mudanças? Não. As mudanças são diferentes. As que iremos apresentar aqui são as mudanças no Português do Brasil. Devemos lembrar que isso aconteceu devido a um acordo (que significa combinação, ajuste) logo, algumas palavras que os outros países escreviam diferente serão grafadas da maneira como nós escrevemos. 5- Ah! Então quer dizer que o que vai modificar é só a ortografia de algumas palavras? É isso aí. A pronúncia das palavras não será alterada. 6- Então o que é que vai mudar? Para nós, o alfabeto, o trema, algumas regras de acentuação e o uso do hífen. 7- O alfabeto? Vão mudar o alfabeto??? Não é preciso todo este espanto. O nosso alfabeto que era formado por 23 letras agora tem 26. Foram acrescentadas a ele as letras “K”, “W” e “Y”. Algo que muita gente já fazia, só foi oficializado. 8- É verdade. Mas e o trema? Ele foi eliminado das palavras portuguesas e aportuguesadas como: consequência, pinguim e tranquilo. 9- Sério mesmo?! Dessa mudança aí eu gostei. Agora o lema é: “diante de palavras com suspeita de trema, não tema! O trema foi eliminado no paredão dos sinais gráficos"! Não foi bem isso que eu disse. Eu falei que ele foi eliminado das palavras portuguesas e aportuguesadas. Mas ele permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados como Müller e mülleriano. 10- Por mim tudo bem. Palavras desse tipo não são usadas com frequência mesmo. É justamente por isso que devemos estar atentos. Nesta hora o que nos ajudará é a nossa memória fotográfica. 11- E nos acentos? O que muda? Bom, a primeira mudança é que não se acentuam os ditongos abertos “ei” e “oi” nas palavras paroxítonas. Palavras como: assembléia, platéia, paranóico e bóia; agora são grafadas sem acento. Ex. assembleia, plateia, paranoico e boia. 12- Então as palavras: herói, dói e papéis também perderam seus acentos? Vão ter acento sim. Por que a regra é somente para palavras PAROXÍTONAS. Diferente das palavras “herói” e “papéis” que são oxítonas e de “dói” que é um monossílabo tônico. Assim como as palavras com acento no ditongo “éu” também continuarão acentuadas. Ex. chapéu, céu, ilhéu. 13- Entendi. Pode continuar. Bem, nós não vamos mais acentuar os hiatos “oo”, presente em palavras como “enjoo” e “voo”, e “ee” presente nos verbos dar, ler e seus derivados (na 3ª pessoa do plural). E não acentuaremos também as palavras paroxítonas homógrafas, o chamado acento diferencial. Ele só permanece na palavra “pôde” (3ª pessoa do pret. Perfeito do modo indicativo) e em “pôr” (verbo). 14- Quer dizer que pára-quedas não tem mais acento? Correto. Não só perdeu o acento como o hífen também. 15- Como assim???? Bom, quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por “r” ou “s” , duplicasse a consoante e não usaremos o hífen. (ex. antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas). Se o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente, também não vamos mais usar o hífen. (ex. autoajuda, autoescola, infraestrutura, semiárido). Agora, se o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por uma vogal igual, usaremos hífen. (ex. anti-inflamatório, micro-ondas, arqui-inimigo). 16- Ah! Acho que entendi. Se for vogal igual, separa. Se for vogal diferente, junta. E se for vogal + R ou S, dobra a consoante. Acertei? Muito bem! É isso mesmo. Claro que tem algumas exceções. Por exemplo: se o prefixo terminar em r (como hiper, inter, super...) e o segundo elemento também começar por “r” devemos usar o hífen. 17- Então agora meu devo ver filmes de “SUPERHERÓI”? Não! Por que o uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo elemento começa por “h”. Você vai continuar assistindo a filmes de SUPER-HERÓI. 18- Que bom! Eu já estava começando a achar esquisito grafar super-homem sem hífen. Fique tranquilo o hífen ainda será aplicado também em expressões já consagradas como: água-de-colônia, couve-flor, beija-flor, mal-me-quer. E nas onomatopéias como: “bem-te-vi” e “tic-tac”. 19- É acho que vou ter muita coisa para estudar. Todos nós teremos meu amigo. Todos nós.

Olá pessoal!

Nunca pensei que fosse montar um desses pra mim. Mas depois das experiências que tive durante a graduação e em sala de aula, resolvi compartilhar o material de apoio que utilizo. Não só com colegas de profissão, mas com todos que procuram aprender um pouco mais sobre nosso idioma. Ideias* simples que podem fazer a diferença. Por isso, se você tem algum material que queira compartilhar, envie e eu o colocarei aqui. Educadores, juntos trabalhando por um ensino de qualidade. *segundo a nova ortografia o ditongo aberto “ei” em palavras paroxítonas deixa de ser acentuado.