1 de abril de 2011

Rubem Fonseca - A literatura de denúncia social

Diante da temática Literatura Marginal, resolvi retomar minhas postagens falando sobre este autor que eu A-DO-RO! Antes de mais nada é bom esclarecermos que Literatura Marginal não é simplesmente falar sobre bandidos e prostitutas. É trabalhar assuntos que são marginalizados pela sociedade. Baseadas em fatos do cotidiano das cidades, essas histórias nos fazem refletir sobre o comportamento do ser humano. Denunciar as mazelas de um povo. Rubem Fonseca é romancista, cronista e roteirista de cinema. Seu gosto pelos temas considerados baixos, trouxe à tona tabus na década de 70. A linguagem realista mostra a inversão da visão sobre as personagens até então. Na obra de Fonseca, as personagens representantes da classe dominante tornam-se do dominados. Seus livros mais conhecidos são: - Lúcia McCartney (contos – 1967) - Feliz Ano Novo (contos – 1975) - A grande arte (romance- 1983) - Agosto (romance – 1990). O livro “Feliz Ano Novo” foi recolhido pelo departamento de Polícia Federal e teve suas publicação e circulação proibida em todo território nacional; sob a alegação de exteriorizar matéria contrária a moral e aos bons costumes. Somente em 1989 o escritor obteve decisão favorável do Tribunal Regional federal, liberando a obra. O estilo de Rubem provoca as mais diferentes sensações àqueles que o leem. A qualidade de seus textos é inegável. Depois de enfrentar a censura, que o acusava de incitar a violência, hoje seu prestígio junto à crítica e tão grande quanto o interesse do público por suas obras.
A literatura de denúncia social - Rubem Fonseca e a violência urbana no filme “Quase dois irmãos”
A proibição do livro “Feliz Ano Novo”, em 1976, é apenas um retrato da sociedade hipócrita que já existia naquela época. É surpreendente como tudo acontece. Rubem não teve apenas o seu livro proibido, mas também o seu direito de expressão. É claro que isso só poderia repercutir desta maneira: livro e autor tornaram-se conhecidíssimos. Por causa da impunidade de algumas personagens descritas em seus contos, o autor foi acusado de dar mau exemplo e infinitas foram as tentativas para denegrirem sua imagem. Porém a literatura de denúncia, nos dias atuais, invade as escolas. Contos e romances que antes escandalizavam, são vistos como retrato da sociedade. O conto O Cobrador (do livro homônimo) mostra a insatisfação da classe pobre. Rico em detalhes a história impressiona. A vontade impera. Não a vontade de comandar, mas a de ter; ter roupas caras, carros, casas. O que não é muito diferente do que vemos hoje. Propagandas: “Amanhã! Venha e compre o seu carro 0km por apenas 35 mil reais.” O modo imperativo nos hipnotiza. Como apenas? E o sentimento de frustração que nos toma ao vermos pessoas que adquirem o carro e ainda afirmam achar barato? A revolta por ser sempre tratado como miserável analfabeto (como é relatado no conto, o momento em que o homem rico dialoga com os invasores). O filme “Quase dois irmãos” aborda um tema semelhante ao conto. Mostra a vida de dois meninos que foram criados juntos, mas que seguiram por caminhos diferentes. O encontro deles em uma penitenciária, a noção de mundo que cada um tinha era o que fazia com que se consolassem em momentos de fragilidade (a cena em que Miguel (Caco Ciocler) perde sua namorada e Jorginho (Lázaro Ramos) o consola mostrando a visão que ele tinha da situação). A veracidade dos fatos emociona. Assim como Rubem Fonseca buscou as gírias do crime para suas personagens (o que nos faz ver a imagem do marginal), o filme traz além das palavras, as falas do corpo (viva a arte da dramaturgia!). Procura nos mostrar o cotidiano dos presos e a visão diferenciada dos presos políticos e dos presos ditos “normais” (o que já era um indício de discriminação). A visão do preso é colocada também na cena do baile funk, onde o cantor, Mr. Catra do Borel ( um perfeito encaixe, já que Catra é um ex-presidiário) canta o rap “Liberta Coração”, cuja letra fica no inconsciente (“liberta coração/ liberta coração/ a vida na cadeia amigo não é mole não/ a vida na cadeia não dá nem pra imaginar/ acredite meu amigo/ só vendo para falar) e a cada momento imaginamos como é viver preso, seja pelas grades de um presídio ou pelas grades das janelas e portas de nossas casas. Sonhos diferentes acompanham as personagens. Miguel sonha com um mundo diferente, melhor, mas é traído por seus conceitos de ordem e disciplina que o forçam a exteriorizar seu desconforto e discriminação para com os outros presos. Jorginho sonha em sair e fazer justiça, nem que seja com suas próprias mãos. A educação familiar é o que os diferencia. O filme aborda também a situação das “minas do asfalto”, meninas de classe média alta que sobem o morro apaixonadas por traficantes. Não é difícil, assistindo ao filme, pensarmos em quantas vezes vimos algumas daquelas cenas. É uma mistura de sentimentos tristes e alegres. E por um minuto (talvez mais) nos sentimos como Jorginho, com raiva do mundo, querendo justiça a qualquer preço; ou como Miguel, que tanto lutou, mas foi vencido pelos pré-conceitos do mundo. Parafraseando a magnífica letra de Renato Teixeira, na inigualável voz de Elis Regina: “Quantos jovens perderam-se na vida à custa de aventuras?” Quantas brincadeiras, sorrisos, quantos beijos apaixonados desaparecem neste mar vermelho, que insiste em trazer suas ondas à areia, apagando toda poesia, toda história, toda uma vida.

Resposta dos exercícios Form. Professores

Resposta dos exercícios de formação. Formação de professores 1- a) paroxítona b) oxítona c) oxítona d) monossílabo átono e) paroxítona f) proparoxítona 2- DENOTAÇÃO é a palavra em seu sentido usual, real. CONOTAÇÃO é a palavra no sentido figurado, fora do sentido usual. 3- Porque em micro-ondas o primeiro elemento termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento. E em super-homem permanece a regra antiga, nos compostos onde o segundo elemento inicia por “h” o uso do hífen permanece. 4- Ansioso – duquesa – excesso – ojeriza 5- Mal / mau 6- a) xeque b) ratificou